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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Poema de Wellington Carneiro

Arrepio

Quando percebo em mim e toco
E sinto e desejo
Quando vejo em mim e apalpo
E acolho e beijo
É como se um mar derramasse dentro de mim
Transbordando-me o peito, esvaindo-se pelas narinas,
Ouvidos e olhos, boca e toco meu peito.
O arrepio similar a uma vertigem
Ouriçando os pelos que circulam o mamilo.
É como se um fogo alastrasse devastadoramente
Pelas vísceras, queimando meu fígado, meus rins
E a fumaça se elevasse até meus pulmões
E depois eu a soltasse como um gostoso e suave tragar de um cigarro.
É como se toda a areia que existisse no mar, na terra, nos rios, me soterrasse.
Busco uma força ínfima, que fosse um dedo maior que a busca que me propus a fazer.
E quando percebo o sol,
Já batendo com seus raios revitalizadores, liquefazendo tudo
E expurgando como dejetos da alma,
Um novo suspiro me faz pensar que tenho mais um dia
E que tenho que enfrentar tudo, todas essas coisas
E o que me faz desejar ainda tudo é a certeza,
Simplesmente a certeza de que
o sol sempre nascerá no dia seguinte
Wellington Carneiro 18/11/09

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