Algumas imagens...

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fotos pessoais, pinturas, obras de arte no geral

quarta-feira, 29 de maio de 2013

FLORES DO MAL

FLORES DO MAL




Nada do que tenha dito e falado sobre as desilusões
e nem sobre as lágrimas dos corações partidos
são capazes de fazer esquecer
o gosto doce que é o amor.
Mesmo com os olhos secos de lágrimas,
Com um coração marcado de cicatrizes,
Com as unhas ruídas pelas aflições,
Com os olhos avermelhados das noites em claro,
Com todos os poemas escritos de dor,
Com todo o choro derramado no banho,
Com toda solidão sentida,
Com todo medo de não amar mais alguém dessa maneira,
Com todo ódio inversamente proporcional ao amor dado,
Com todos os gemidos abafados,
Com todas as solitárias caminhadas pela madrugada enluarada
São capazes de fazer-me esquecer do que é o amor.
Assim, descobri que mais dói o amor novo ao bater na porta com suas flores do mal,
Do que a dor antiga do amor passado.
Não é uma dor nova, mas é mais aguda,
É mais latente, é mais feroz,
Causa-me mais medo,
Mas anseio.
Flores maléficas essas dadas a mim com a verdadeira intenção de me tornar desse jeito:
Poeta,
Obtuso com a vida,
Mas agudo no coração.
Daí resta-me fingir, ser um bom fingidor.
Fingir que somos amigos, que somos próximos,
Que te entendo e estou ao seu lado,
Que somos amigos, e que é essa distância que permito para meu coração calejado.
Não, não posso e nem devo avançar,
Minhas pernas já não obedecem ao coração,
Pois o corpo ferido, outrora, refuta a dor que é o amor.
Tento dá um passo a frente, mas lá ficam presas.
O coração grita: vai! O corpo cansado responde: fica!
Ai, eu fico parado, inerte, imóvel, quase sem palavras.
Então não ver que não quero ser apenas amigo?
Digo-te categoricamente que a lembrança das cicatrizes congela-nos no espaço, no tempo.
Os pés se fixam no chão e como rochas inamovíveis
Deixam-te ali, sadicamente a contemplar, a admirar e acima de tudo te deixa com medo.
Assim, passo um cordão entre os lábios e o selo contra as tolices das palavras,
Pois não anseio pela vergonha das denúncias da língua apaixonada
Capaz de dizer tudo num mero instante de desequilíbrio.
Recebo então, o buquê do mal.
As flores adornais do amigo que sempre será amigo.
Nada mais que isso.
Veja, não quero ser seu amigo!
Prefiro carrega na alma a raiva de você do que ter que carregar a sua amizade por mim.
Não quero sua camaradagem,
Quero seu corpo, seu coração inflamado, seu corpo retesado no meu, seu sussurro no ouvido, seu gemido de gozo.
Não quero suas flores,
Quero seu suor, seu sal, seu leite, seu mel.
Quero apenas isso.
Um leve balsamo com as flores que destes e juntos ungirmos as minhas e as tuas feridas,
Transformar as malditas flores num unguento suave,
Leve,
Confortante,
Embalsamar o coração morto e esperar no seu túmulo o seu ressuscitar.

Wellington Carneiro.
30/05/2013
00:00 hs...



segunda-feira, 27 de maio de 2013

RIMAS POBRES

RIMAS POBRES...




Escuto o assovio
Que o coração vazio
Faz quando o vento bate.
De repente percebo que não é o vento
É um jovem rebento
Que no me coração invade.
Se apossa do meu coração
Me amarra um balão
E me leva a voar.
Noutro instante o balão estoura
Eu caio na salmoura
Das lágrimas da apartação.
Triste vem o momento
Quando o jovem rebento
Decepciona meu coração.
Ele não tem preparo
Nem tempo de viveção,
Mas não sabe pra onde caminha
Em qualquer braço se aninha
E esquece as coisas do coração.
Depois de todo embaraço
Ele deixe em bagaço
O meu pobre coração.
Oco, ficou vazio
Triste e amufinado.
Pois a batida na porta do seu coração
Não foi a felicidade,
Foi a desilusão.

Wellington Carneiro
23/05/2013... 00:47


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Escondendo sentimentos


Escondendo sentimentos



Sentimentos, sentimentos, sentimentos...
Sinto muito e por sentir muito
Poucos sentem o que de fato posso sentir.
É isso,
Enquanto cus e rabos roliços balançam
Num frenético rebolado de chama para a trepa
Eu simplesmente sinto...
E por senti demais me entrego sem pensar
E sem pensar e nem perceber muitos me julgam
E não me sentem,
Apalpam apenas a carne fria e escorregadia.
Sentimento profundo é esse! Sim, esse que me comove
E me traz até aqui para me mostrar a vocês.
Sempre que quero que me vejam,
Estripo-me diante de seus olhos nesses versos.
Então, por que me ignoras?
Me sinta também,
Me sinta,
Me tome em seus braços e me abrace,
Passe sua mão em minha face
E num lindo ritual me faz dormir
Sentindo teu cheiro
E tua pele.
Por que não me notas? 
Sou puro sentimento.
Sentimentos, sentimentos, apenas sentimentos.
Escancarados...
Expostos...
E mesmo assim, poucos me veem de verdade.
Assim, passo a cada dia entre vocês
Como um ermitão despercebido
E assim divagueio nas escrituras,
Finjo a sanidade
Escondo os amores
E vivo completamente essa farsa que é a minha vida.
Um eterno brincar de disfarçar e esconder sentimentos
 em palavras fúteis e demasiadamente toscas de poemas.

Wellington Carneiro.
04/05/2013
00:56 hs


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