Algumas imagens...

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fotos pessoais, pinturas, obras de arte no geral

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

CORAÇÃO DE PEDRA


CORAÇÃO DE PEDRA

Chora dentro de mim
e soluças tuas dores
baixinho ao pé do ouvido.
E tu tirana ira
Corres como cavalo alado
Calçando a terra mole do meu coração
Tornando duro o terreno encharcado de lágrimas.
Não deixem!
Eu grito!
Eu imploro!
Não deixem que calcifiquem seus corações
Pois o meu já é pedra
E pesa dentro do peito.
Já não escuto suas batidas
E nem suas pulsões.
Sinto apenas o gosto do minério rochoso
Na garganta
Na língua
Na minha pele.
Minha alam esmaece
E meu olhar se tornou opaco
Sem calor.
Sou eu
Estátua de ódio
De desagrados
Dos caminhos mal fadados
Da ignorância dos corruptos
Da frieza dos que me transformaram
Nessa estátua mineral.
Agora peço
Derrubem-me
E tombem a minha cabeça fora
Como se faz numa grande revolução contra seus ditadores.
Não deixem que reste nem o pó
Não deixem que eu exista
Pois se sobrar
Ao menos alguns grãos
Me reformularei
Me incorporarei
E transformarei todos em estátua.
Eu medusa
Ordeno-te!
Destruam-me
Isto é uma ordem!
  

DOCES VERSOS


DOCES VERSOS

Doces versos eu canto
Onde minh’alma antes, tanto,
Em pranto chorava meus anseios.
Hoje vivo no devaneio
Que a paixão causa;
Na mais languida face
E na mais tórpida imagem
Risos débeis,
Mas calorosos
Por este fogo,
Antes morto
E agora vivo está.
Surgido como fênix
Das cinzas do seu começo e fim
Do vapor das minhas lágrimas
E do eco dos meus gritos abafados.
Porém, encontrá-lo em vida
Com o coração são
E alma encarnecida.
Mas antes está vivo por uma causa
Do que está morte por ela.
Agora posso sentira sua força
O peso em meu dorso... 

SAUDADE


SAUDADE

Saudade não sei de quê
Mas sinto
Sinto porquê é saudade
E porque é saudade finjo
E finjo porque é melhor.
Lá fora tudo é falsidade
E cá no meu sertão
Tudo é verdade
É verdade que sofro
Que gemo
E choro.
Choro porque a saudade
Faz morada no meu coração.
Saudade não sei de quê
Nem de onde,
Mas quero senti-la.
Dentro de mim
Profundo e denso
Murmurando
Cantarolando velhas canções
Da minha gente
Da minha terra
Hostil por natureza
Mas que abraça a todos
Como os braços de uma mãe amorosa.
Sempre a espera do filho
Que retorna com as boas novas.
E pródigo como filho que volta a sua morada
É a saudade que retorna ao meu coração
Acendendo o braseiro
Coberto de cinzas
E basta um sopro
Suave e gentil
Para que o fogo ainda aceso torne-se vivo e crepitante.
Vivo ainda é a saudade que vai e volta em meu coração.

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