Algumas imagens...

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sábado, 27 de abril de 2013

AOS ESPÍRITOS IMUNDOS


AOS ESPÍRITOS IMUNDOS



Orai e vigiai espíritos imundos por mim
E tomai conta do meu ser para que nenhuma pureza chegue até mim.
Fazei com que se aposse de mim teus escárnios e tuas injurias
E colocais sempre tuas dúvidas na minha cabeça
Para que não fique petrificado nas certezas sórdidas
Dos sábios e na loucura dos crentes.
Fazei-me louco e impuro sempre
E torne cada verso meu num brado indignado de perversão e imoralidade.
Introduza nos sulcos da minha pele tua ira
E tua tirania e me fazeis revoltado sempre.
Tornai a minha palavra cada vez mais dura, herética e nojenta.
Fazei com que sempre me enoje os bons e corretos
E faça com que busque sempre os tortos, os errados, os pecadores,
Os difamadores, os depravados, as putas, os viados, os padres, os pastores,
As igrejas, os políticos, os casados... Todos estão no mesmo balaio de imundices.
Não me permita chegar apenas numa única coisa:
No amor.
Ah! Esta praga que insiste em desarmar as guerras, pacificar tribos,
Juntas homens a mulheres, homens a homens, mulheres a homens e mulheres a mulheres...
Não, não me deixe se quer vislumbra-lo numa esquina de minha vida.
Deixai, oh! Espíritos imundos, esse terrível e horrendo sentimento longe de mim.
Ele cega a realidade e nos dá esperança.
Não o quero, não quero esperança, não quero afago.
Eu quero a dor infernal da secura humana.
Apenas isso meus espíritos imundos.
Ouvi estas minhas súplicas e não permita que nenhum romântico se aproxime de mim.
Eles me dão repulsa, me causam ojeriza.
Desviam-me dos caminhos sagradas do corpo e da poesia.
Peço-te em suplícios chorosos...
Deixai cada dia mais a minha alma melancólica
E cada vez mais lua.
Tornai meu espírito somente lua, enlouquecidamente lua.
Triste, de uma cor só, solitária e acima de tudo inspiradora.

Wellington Carneiro
27/04/2013
14:57 hs...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

TOLICES


TOLICES




Quantas tolices somos capazes de nos submeter!
Quantas ilusões teimamos em dar crédito e vez!
Pois é meus caros leitores.
Venho hoje neste fatídico escrito
Anunciar-lhes o quão tolos somos.
Os sentidos nos pregam peças engraçadas durante toda nossa vida.
Vemos cores em lugares cinzas,
Vemos corações em lugar de pedras
E vemos pessoas perfeitas em lugar de merda!
Degustamos bocas e paus pensando em satisfação e nos resta o vazio.
Lambemos os dedos em gorduras trans de pacotes lights,
E jantamos com a morte pensando na felicidade.
Farejamos um amor e na verdade é só um fuck me please!
Cheiramos a comida e não percebemos como ela foi feita.
Quem nunca cheirou o fio dental e percebemos o quanto somos podres?
Tateamos o corpo em busca de um prazer
E nos deparamos com a extrema repetição dessa indústria.
Passeamos os dedos pelo pelas pelotas do terço pensando em salvação
Enquanto o que nos aguarda é o inferno
E apontamos as pessoas com o indicador como se fossemos deuses julgadores
E este dedo tivesse o poder de dá a salvação ou a condenação a qualquer um.
Por último ouvimos muita merda pensando serem as mais altas filosofias do mundo,
Do universo...
Ouvimos falsos desejos e falsos diálogos que tentam nos convencer
Da fé, do amor, da fidelidade, da honra, do respeito, do brio.
Quanta desilusão caríssimos leitores.
Caiamos na realidade banalmente trágica dos nossos tempos!
Pouquíssimas pessoas conseguem ir além da efemeridade dos sentidos.
Já dizia o grande filósofo: os sentidos são falhos e rasos.
A maioria só nos oferece merda mesmo.
Assim, como porcos enchiqueirados pelo vazio dos nossos tempos e das pessoas; fuçamos a nossa lavagem diária feita de ração humana,
De pessoas rasas, sentimentos rasos, trepadas fúteis e gozadas em vão.
Colha o dia e disfarce esse ensinamento que acabei de lhes oferecer.

Wellington Carneiro.
25/04/2013
17:58 hs

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O TEMPO DO MEU MUNDO


O TEMPO DO MEU MUNDO



Caminho vagarosamente observando as cores
As nuvens e as árvores
E parece-me que hoje elas estão chorosas,
Melancólicas e presas pelas raízes.
Observo a cada passo dado as árvores presas
Pelos seus fibrosos veios que as deixam agarradas a terra
Como se nada pudessem tirá-las de seu eterno lugar de nascimento.
Logo em seguida, percebo que meus pés são raízes também
Que me fixam a um único lugar
E elevo meu olhar e percebo o meu corpo inteiro preso
Transmutado em árvore
Preso num baldio terreno vermelho
Meio rochoso e seco
Mas lá estou
Resistente ao sol diário
A ventania da noite
Aos temporais quando aparecem
Ao deleite de alguns pássaros quando pousam em mim
E as infestações de insetos pequeninos e incômodos
Que insistem em aparecer para me perturbar.
Não há o que se fazer quanto aos insetos
Estou fadado a essas pestes que me dão coceira.
Assim, sem pressa de chegar
Ao passo que vivo meus vinte e tantos anos
Percebo o compasso da vida                                                                    
E vejo que a estrada é comprida
E a pressa já não entra nos planos
Sei segui devagar, sem medo de esperar
Pelo tempo que me aguarda,
Pelo abraço tão desejado, pelos lábios a se tocarem.
Não tenho porque me afobar,
Já há muito percebi que isso não adianta.
Só me faz consumir mais álcool, mais cigarros...
Agora aprendi o tempo da vida,
O tempo da minha vida, do meu mundo.
Esse tempo não é marcado pelo relógio
E nem sequer outra pessoa pode medi-lo
Ele pertence somente a mim.
O batuque dos seus ponteiros
São a batidas do meu coração
Seu tempo pode ser curto ou
Pode ser demorado como uma boa brisa as 4:20.
Assim, sem me apressar, não reclamo mais.
Apenas aguardo a hora do despertador barulhento tocar
E eu levantar da minha cama e enfrentar o dia.
Por isso se algo ruim acontece, sei que vai passar.
Se algo bom acontece, sei que vai passar também,
Mas se algo nem bom ou ruim não acontece.
Sei segurar a dúvida, contempla-la, sorrir pra ela
E dizer que estou aguardando suas afirmações em minha vida.
Sem olhar olha no relógio.
Wellington Carneiro – 24/04/2013 14:23 hs

sexta-feira, 19 de abril de 2013

PARA O ÍNDIO DE CAETANO


PARA O ÍNDIO DE CAETANO



Espero-te ainda vermelho índio
Na tua nave luminosa e colorida
Baixar no meu terreiro e abrir sua porteira celestial.
Desfibrilar sobre nós tuas flechas vaporizadas
De energias cósmicas, com setas incandescentes.
Que irão ferir meu orgulho e minha selvageria.
Assim, aguardo silenciosamente o contemplar dos teus penachos
Multicoloridos, adornais e agudos.
E quando chegares emitira um canto tribal
Que meus ouvidos não suportarão ouvir
E então, começara a repovoar esta terra de gigantes minúsculos.
Fará então sua oca sob os corpos mortos e nos deixará
Como argamassa assentindo por nós como um sinal de justiça.
Dançará por dias em cima dos ossos e o farão cal
Com os farelos que sobrarem.
Caiarão seus corpos
Fingirão que são brancos
Para lembrar estes povos que massacraram você e sua tribo.
Repetirão o ritual todos os anos
Como sinal de lembrança dos tempos obscuros.
Vocês serão outros Muhammed Ali,
Serão Bruce Lee
Serão Ghandi...
Todos de pele vermelha
Corpos nus
E penas na cabeça.

Wellington Carneiro
19/04/2013
14:04 hs...

COM QUANTOS PAUS SE FAZ UMA ORGIA

COM QUANTOS PAUS SE FAZ UMA ORGIA


Caralhos encapados com jeans
Com linho, com seda, com cueca de algodão,
Tecidos sintéticos...
Diferentes cores: branquinhos de cabeça rosada,
Moreninhos com cabeça robusta,
Grossos, finos, pequenos, grandes, tortos, retos.
Alguns fedorentos, alguns circuncidados,
Com dois testículos, com um só.
Raspadinhos ou pentelhudos.
Uns murchos, outros eretos.
Alguns com Viagra, outros com redbull...
Alguns com cachaça, outros com vinho...
Alguns sóbrios, outros infectados.
Aids, Gonorreia, Herpes, Cancro, Sífilis...
Com quantos paus se faz uma orgia?
Acho que depende do número de vagas ofertadas...
Em algumas casas são uma só,
Numa esfera menor são oitenta e um,
Outros são quinhentos e treze
Em outras quinze...
Há uma orgia que vive aos nossos olhos.
Há homens trabalhando, homens que fazem orgias.
Há orgias escrachadas nas ruas, nas escolas, nas casas,
Há pedófilos... Malditos...
Há trepadores nas esquinas,
Há trepadores que nos representam,
Que sentam suas nádegas cabeludas e purulentas
E fingem que são bons samaritanos...
Cuidado! Eles querem-te fuder!
Sepulcros caídos!
Quanta imoralidade a ser combatida.
Quantas infecções a serem curadas...
Vai sociedade fudida! Vai deixar que te fodam desse jeito.
Reaja!
É a sua hora de fuder com eles também.
Fodam seus cargos, seus pleitos, seus governos,
Façam uma imensa orgia de verdade com esses depravadores.
Comam eles sem pena, sem cuspe.
Deixo-lhes apenas um conselho,
Usem camisinha!

Wellington Carneiro
19/04/2013
13:29 hs...

quinta-feira, 18 de abril de 2013

ACASALAMENTO, PARTO E MORTE DE UM POEMA.


ACASALAMENTO, PARTO E MORTE DE UM POEMA.


Primeiro bate aquela vontade dentro da gente,
De dizer alguma coisa,
De fazer algo...
Logo em seguida, sem saber muito bem o que fazer,
Nem qual direção tomar, eu encontro-me com o verbo.
Logo nos olhamos profundamente,
Vislumbramos o horizonte
e contemplamos as dores da alma
E do corpo.
Em seguida começamos a nos tocar, acariciamo-nos suavemente.
Toco-lhes nas suas letras, nas suas sílabas, nos seus sons, nas suas vibrações,
Nas suas insinuações, nos seus estímulos.
Depois ele me toca, abre minha boca, acaricia meus lábios,
Minha língua.
Abre vagarosamente as minhas pernas e beija a toca dos prazeres.
Esvaio-me em espasmos orgásticos.
E deixo que sua semente leitosa preencha-me.
E numa sutileza da natureza, o verbo me emprenha com seus diabinhos.
Dou-lhes o nome do seu genitor para cada ninhada gerada.
E cada vez que os conjuro para fora de mim, um sai rasgando meu reto para nascer.
Primeiro ele colocar os dedos ponte-agudos para fora,
Rasga-me as pregas e sai saltitando para o papel.
Depois lhe nomeio e deixo crescer livre.
Sem educa-lo, deixo o mundo ensinar qual seu lugar aqui na terra.
Depois disso, ele amadurece, vira palavra forte, viril, profunda.
Mais tarde quando o pai morrer, que sou eu, ele irá lembrar-se de mim.
E irá falar meu nome para muitas cabeças e muito ouvidos.
Porém verá que poucos irão se importar,
Daí cai numa profunda tristeza,
Numa depressão incurável.
Em seguida, encomenda para si uma corda.
Faz um nó firme, põe-lhe no pescoço e pula no abismo.

Wellington Carneiro
18/04/2013
13:32 hs...

UMA POESIA QUE SE DIRÁ PORNOGRÁFICA


UMA POESIA QUE SE DIRÁ PORNOGRÁFICA


O amor, a paixão, o romance, a lua, as flores, o coração
São todos esperados numa poesia por aqueles que entendem poesia
Como melosidade, como romance, como um sentimento profundo...
Não que a poesia não seja isso também,
Mas prefiro outro lado, um lado mais humano.
Gosto de versar sobre paus, bucetas, cus, corpos, suor, pentelhos,
Músculos, merda, gala, gritos, gemidos, espasmos, ranger de dentes,
Embriagues, sobriedade, devaneio, loucura, insanidade, coisas pútridas, decapitadas,
Em decomposição, cadáveres, sexo, drogas e rock’n roll.
Gosto de versar a humanidade escancarada,
Sem moral, sem religião, sem conceitos...
Apenas humanidade.
No entanto, por que me questionas?
Queres saber qual a minha poesia?  
Em que te preocupas as lascívias dos meus versos?
Todos somos paus, bucetas e cus.
Um querendo comer ao outro.
Sempre será assim, até o dia da extinção humana.
Todos nós vivemos como insetos em torno da luz forte que é o sexo.
Não sou pornográfico, sou humano e não temo a minha humanidade.
Se me categoriza como tal,
O que posso fazer a não ser agradecer por mais um predicado.
Sou libertinus
E vivo o meu corpo
Os meus medos,
Os meus desejos,
As minhas taras...
Só passarei por este torrão de terra apenas uma vez.
Não vou cair na besteira de esperar a gozada suprema do paraíso.
Gozo aqui mesmo.
E se ei de pensar num paraíso, prefiro pensar num inferno,
Me atrai o calor das labaredas infernais.
Quentes, borbulhantes como uma banheira de sais me esperando pelo coito
com alguns espectros malignos.
Não me sinto promiscuo,
Pois estas leis que me categorizam com tal, não pertencem a mim.
Vós que lerdes este tipo de poema e pratica tais atos maravilhosos é que são.
Eu sou apenas humano.
Minha lei é outra,
Minha lei é a vida.
Minha lei é a palavra socada de garganta a dentro como um pau engolfado de saliva
Por uma boca quente e macia.
Deixo sempre a palavra penetrar em mim, em movimentos constantes
Friccionais...
Até o gozo.
No final, defeco em cima de tudo isso
E coprofagicamento
Engulo toda essa merda de volto como lei
Uma lei a ser seguida
E sempre que quero relembrar minha humanidade
Leio essa porra de poema...

Wellington Carneiro 18/04/2013
11:21 hs...

sábado, 13 de abril de 2013

MINHA DOR, MINHA VIDA


MINHA DOR, MINHA VIDA

Pela manhã abro os olhos
E abre ao mesmo tempo a dor
A tempestade da minha alma
E esse tempo ruim que não acaba mais me sufoca.
Consome-me e o caos se instala.
A solidão, que é rosa murcha de cheiro forte,
Perfuma minh’alma e marca-a ebriamente.
Essa dor no peito,
Que não passa.
E essa solidão que não passa,
E essa vontade de gritar
De chorar.
Essa dor existe forte dentro de mim
E as vezes penso que só existo
Porque ela ainda permanece em mim
Por isso, só hoje quero lembrar de mim, assim,
Desse jeito que poucos conseguem ver.
Queria ser como todo mundo
Ir para o trabalho
Voltar pra casa
E descansar meu dia de labuta.
Mas nem sei muito bem porque sou assim.
Sei que uma alma decadentista se apossou de mim...
Por isso, beberei desse sangue imundo hoje,
E derramarei sobre meu peito e meus quadris
Toda solidão que vive aqui, dentro de mim.
Encherei minha mão de prazer e gozo...
Éter e alucinação...
Velha escuridão que conheço bem
Pois venha escuridão.
Esbofeteia a minha face.
Grite nos meus ouvidos
Fite meus olhos e faça
Da tua melodia meu ranger de dentes.
Venha! Sua merda!
Venha! E não sinta pena de mim.
Nem mesmo eu tenho pena de mim mesmo.
Grite.
Alto.
Apossa-se de mim e me deixa caído ao chão
Junto aos vermes
A lama
Aos excrementos
Ao mijo.
Cuspa na minha cara e me humilhe sadicamente.
Já não tenho mais necessidade de humanidade nenhuma.
Sou agora apenas dor.

Wellington Carneiro.
13/04/2013
12:51 hs

sábado, 6 de abril de 2013

AZOUGUE


AZOUGUE

Colado nas minhas costelas
Como um azougue atraído pelo ferro
É o teu olho, tua alma e teu cheiro
Que gruda forte e não sai mais de lá.
Marcado como ferradura no lombo como um boi
Está cravado teu sabor, teu fresco, tua natureza.
Então, subindo os meus braços sinto ele chegar
Como uma luz forte primeiramente
Depois como uma massa de corpos me abraçando, me beijando, me profanando.
E com palavras te decifro e deixo possuir meu corpo
É tu meu chácara maldito.
Que faz ter consciência
Que me faz uno
Pleno
Transcendental...
Emana forte
E DESPERTA....
Para outros olhos, outras bocas,
Outras águas, outras naturezas, outras árvores
Outras pedras...
Pedras cinzas cada vez mais cinza
E o verde do arbusto mais verde fica
Tudo intenso
Tudo sensível a qualquer toque
Qualquer olhar...
E funciona assim mesmo
Como um azougue
Atraindo tudo para dentro do seu buraco negro...

07/04/2013 as 00:05

Wellington Carneiro

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