Algumas imagens...

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fotos pessoais, pinturas, obras de arte no geral

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Nataraja


Nataraja

Vai e passa.
Feroz e furtivo esperando a noite cair
Pra chegar e residir
No mais profundo lugar da minha cabeça
E da minha pele.
Consome-me a cada tamborilar do relógio.
O silencio é profundo
É denso e leitoso
Com cheiro de rosas murchas
Carregadas de salgadas lágrimas de adeus.
Despedida essa não realizada
Pois os corpos ainda se entrelaçam
Enchendo-se de culpa
De remorso
De prazeres retesados
Alongados
Tocando-se suavemente.
Ao som de uma melodia transcendental
Escutada só por nós dois
Então se apartam os corpos suavemente
Como um lindo bailar
Entre Shiva e Vishnu
Com os olhos em meia pestana
Olhando-se em imensuráveis desejos
Desfibrilando-se em orgasmos vibrantes
E então nos iluminamos
Numa luz forte
E que vai diminuindo
Afastando-se mais...
E mais...
Escorrem os braços em seus toques profundos e últimos
Já dolorosos
Pela culpa
Pela força.
E os dedos já equidistantes
Terminando-se em seus extremos
E ficamos distantes...
E feroz e furtivo vens de novo
Residir em destruição e criação em minh’alma
Shiva e Vishnu
Bailando numa dança infinita
De encontro e desencontros.
Vai e passa!

Wellington Carneiro
Criado no dia 30 de agosto de 2012 as 21:31



 Sugestão para ler este poema: LEIA ESCUTANDO A MÚSICA AGNUS DEI DE RUFUS WAINWRIGHT 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Despe-me


Despe-me

Em que tempo estais
E em que espaço se escondes?
Burguês genitor
Deste monstro comedor
Dos cueiros das crianças
Dos vestidos das donzelas
Das combinações das senhoras
Das calças dos senhores
Dos véus das beatas
Da batina do padre

Estamos onde não estamos
Tudo ligado
Desejamos o que não queremos
Compramos o que nos mandam
E viciamo-nos no ópio do moderno

Tira de mim estas mil faces!
Despe-me como Liar!
Rasga-me o véu e expõe-me!
Quebra meu halo!
Revela minh’alma!
E canta para ela
sorria para ela
Beije-a
Ame-a
Toque-a

Uivam os ventos da modernidade
Como lobos famintos no inverno
Sempre a espera de mais uma presa
Mesmo que esteja
De barriga cheia

É para não perder o hábito
E para não sucumbir o extinto
De sair comendo
Quem aparecer pela frente.

Estamos todos neste bolo alimentar
Desde a coisa mais elementar
Ao superfulo necessário

Mastigando humanos...
Coisas...
Coisinhas...
Bichos...
Depois em peristálticos movimentos
Somos expelidos na terra fértil
Estrumando os lajedos grandes
Chamado de mundo.

Merda!
Somos merda quentinha
Saída e engolida a todo instante
Como castigo da gula


domingo, 19 de agosto de 2012

MÁSCARA BURGUESA


MÁSCARA BURGUESA

Pensando em chorar, quase chorei ontem e um por lampejo de tempo me veio à cabeça todos os momentos de tristezas, adversidades, dificuldades, humilhações que já passei e vi que não deveria desperdiçar minhas lágrimas sem anota-las em papel branco. Sabia que se deixasse vazar aquelas gotas ali, na calçada, elas jamais retornariam para dentro de mim. Então guardei e hoje as deposito aqui, neste papel A4, que em branco se fez negro, com estas palavras negras, provinda de sentimentos negros, de humilhações negras, de fingimentos negros.
Sentir-se preterido nos faz muitas vezes o ego ser afagado docemente, mas quando esse preterimento se faz de forma inversa queremos saber o porquê de tal distinção, então parando para pensar, vislumbrei algumas palavras que poderiam ser dito aqui para você caríssimo desconhecido escolhedor de pessoas.
EU SOU FRANCISCO WELLINGTON CARNEIRO DE SOUZA, nasci no dia 05 de agosto de 1985, às 17:00 horas de uma segunda-feira, no hospital maternidade Nossa Senhora de Lourdes. O parto foi feito pelo conhecido e distinto Dr. Quilon Peixoto. Na primeira infância fui criado como uma família errante, quase nômade devido à falta de oportunidades de trabalho para meu pai. Moramos em Juazeiro do Norte, na casa da minha falecida avó Ana Maria da Conceição e depois disso voltamos novamente para Icó. Depois mais uma vez fomos embora se retirando desse torrão em busca de melhoras. Moramos na capital do Brasil por um período e mais uma vez voltamos para cá, onde estamos até hoje.
Sou filho de Maria de Fátima Carneiro de Souza, uma mulher incrível e distinta por natureza, analfabeta, mas que soube me educar exemplarmente, me dando valores que vejo poucas pessoas utilizando-os. Um desses é não fazer distinção entre pessoas. Meu pai é Antonio Gonçalves de Souza, homem honesto, integro e honrado. Sempre me disse para sermos verdadeiros, viver o que queremos e respeitar os mais velhos. Tenho um irmão mais velho e dois mais novos. Amo a todos imensamente e sei que sou amado imensamente por eles também.
Fui educado na escola Maria Irismar Maciel Moreira, fiz até o 4º ano fundamental nesta escola pública. Fui fazer o Ginasial na Escola publica Ana Viera Pinheiro. Fiz meu ensino médio na Escola Vivina Monteiro e logo depois entrei na Universidade Estadual do Ceará, no curso de letras. Formei-me como professor e faço atualmente mestrado em literatura pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e já estou me preparando para o doutorado.
Tirem-se os títulos e agora vejam quem sou eu mais uma vez. SOU FRANCISO WELLINGTON CARNEIRO DE SOUZA, gay assumido desde os 16 anos e que sempre teve apoio da família que sempre esteve presente nas minhas decisões e dificuldades. Eu tenho uma família de verdade. E tu tens? Quem é tua família? É teu carro de luxo ou tua profissão mal fadada que se tornastes? Quem são teus amigos, a não ser teu sentimento de saber que não tens ninguém de verdade próximo a ti? Quem é você?
EU SOU EU.
Tenho poucos amigos, mas o pouco que tenho me vale muito e sei que valho o mesmo para eles. Já enfrentei maremotos de lágrimas, terremotos de estupidez, vulcões de ira, mas essa é a primeira vez que enfrento distinção por parte de alguém que não me conhece.
Então mais uma vez, prazer SOU FRANCISCO WELLINGTON CARNEIRO DE SOUZA, já tive alguns relacionamentos sérios, mas no momento estou solteiro. Sou uma pessoa honesta, pago minhas contas e meus impostos. Não tenho dinheiro que me distinga como burguês, na qual nem mesmo você com toda sua ostentação e magistratura consegue alcançar. Alias, ser burguês não é um bom titulo, creio que deva saber disso.
Ando com pessoas da mais infinita diversidade, pois são pessoas. São brancos, pretos, pobres, altos, baixos, letrados, analfabetos, ricos e pobres. Só não ando com pessoas que nem talento para ser um falso burguês. Distingo pessoas como companhia através do caráter e pode ter certeza que se estou ao lado delas é porque lhes sobra caráter.
Não são os opostos que se atraem. Isso só funciona na física e olha lá! São os semelhantes que se encontram. Fizeste bem em me preterir ao avesso. Sou o seu avesso mesmo e deixo aqui nestas linhas minha aversão a tipos como você.
Agora posso dizer sem PRE-conceito que te conheço e vi que não é bom. 
Então para que a formalidade e protocolo não sejam quebrados nesta apresentação as avessas deixo meus sinceros cumprimentos.

FOI UM PRAZER NÃO TER TE CONHECIDO CARISSIMO FALSO BURGÊS.



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