Algumas imagens...

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fotos pessoais, pinturas, obras de arte no geral

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

CASA CHEIA

CASA CHEIA
 
As casas estão cheias...
As ruas estão cheias
As escolas superlotadas,
 
As casas estão cheias...
As igrejas estão cheias
Os hospitais estão cheios,
 
As casas estão cheias...
As esquinas são disputadas
As putas lotam as esquinas, as casas...
Os veados disputam a esquina com as putas
E as nossas casas estão cheia
De putas e de veados.
 
Os puteiros estão cheios
De pais de famílias que estão cheios,
Do dia de trabalho e da esposa fria.
Os veados estão cheios
de apanharem nas esquinas
E as casas estão cheias de veados.
 
As casas estão cheias...
As igrejas iludem
e enchem de bosta a cabeça daqueles que não estão cheios.
Que estão vazios.
As igrejas preparam para enxerem eles de merda.
As igrejas estão cheias das verdadeiras putas e dos verdadeiros pederastas.
 
A esquina é a salvação,
A bicha é o santo pós-moderno,
Pois cospem-lhe na cara e injetam-lhe AIDS.
As putas são as Marias pós-modernas
Pois estão sempre cheias de graças
E cheias de sífilis e carência.
 
As escolas estão cheias de marginais com giz na mão;
São professores pobres, pobrezinhos...
São professores mendigos, mendigozinhos...
São professores que dizem ser professores
E querem apenas um real, um realzinho...
Pois as esquinas já estão cheias de putas e veados
E não há espaço para professores.
 
As escolas estão cheias de alunos,
De filhos moribundos do sistema,
Filhos da aberração social,
Coitados, coitadinhos...
Pobre, pobrezinhos...
Não sabem que serão putas e veados do sistema.
 
Eu estou cheio,
Minha cabeça e meu saco estão cheios
De tanta hipocrisia e falta de compromisso.
 
Eu estou cheio de tentar entender esse mundo de merda.
Estou cheio...
Dentro de mim há um imenso vazio
E que nem mesmo um universo o preencheria.
 
Eu sou multidimensional,
Eu sou puta
Eu sou veado
Eu sou professor
E estou cheio.
 
Chico Carneiro
30/08/2013
13:36 hs
 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

ENQUANTO HOUVER...


ENQUANTO HOUVER...

 


Enquanto houver língua eu falarei
Enquanto houver garganta eu bradarei
Enquanto houver estradas, tortuosas, tortas, espinhadas eu as caminharei.
Enquanto houver quem me leia, eu escreverei.
Poderei eu não está, fisicamente, perto de vós,
Mas a perturbarei com minha poesia, com minha arte, com minha alma.
Enquanto houver missão, eu a cumprirei.
Fielmente, sempre...
Enquanto houver discurso eu o pronunciarei.
Enquanto meu coração bater, irei continuar assim:
Inquieto, altivo na alma, no pensamento.
Sem pretensões a revolução, pois acho uma merda.
Minhas pretensões são outras.
A evolução me cativa, me ilumina os olhos
E farei que seu fogo queime a todos através dos meus versos,
Das minhas pinceladas vivas e multicoloridas.
Farei delas a extensão do meu corpo e da minha alma
E incomodarei a todos que vivem no sono da ignorância.
Sem pretensões de ser o salvador,
Prefiro ser o que tenta, que instiga, que mete o dedo na ferida.
Enquanto houver armadilhas eu irei desfazê-las.
Enquanto houver opressão por ser apenas eu,
Manterei erguida a minha espada.
Enquanto mil me denunciam, mais mil poemas eu irei escrever,
Mil telas eu irei pintar, mais mil incomodarei.
 Assim, enquanto houver pastores de ovelhas tosadas pelo sistema
Eu as cobrirei com o manto da liberdade das palavras.
Assim, permanecerei vivo e latente...
Incendiarei a todos com o fogo vivo,
O fogo do espírito libertador.
Aos demais aviso-lhes:
Castram-me, mais e mais.
Acertem-me com a foice da moral
E aprendam que o joio sempre existira no meio do trigo.
Só peço que saibam cortar bem a erva daninha
Do grão que irá servi de pão.
Caso contrário, irei me alastrar,
Penetrarei nas frestas de sua porta,
De suas janelas, de seus lares e das suas cabeças.
Serei a mosca que posa na sua sopa
E farei do ocorrido mais um motivo para próxima poesia.
Por isso, enquanto houver poesia, estarei eu, cá deste lado
Escrevendo a derrubada dos seus muros de Berlim!
Conheça a verdade e ela vos libertará.
Viva a liberdade.
 
Chico Carneiro
29/08/2013
23:45 hs
 
 
 
 
 

LOBOTOMIA À MODA DA EDUCAÇÃO


LOBOTOMIA À MODA DA EDUCAÇÃO

 
 

Lobotomia (do grego λοβός [cébrebro] e τομή [cortar]), ou também leucotomia, é uma intervenção cirúrgica no cérebro em que são selecionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas. Foi utilizada no passado em casos graves de esquizofrenia. A lobotomia foi uma técnica bárbara da psicocirurgia que não é mais realizada. O procedimento leva a um estado de sedação e de baixa reatividade emocional nos pacientes.

Não deu mais!

Sempre me imaginei fazendo algo heroico pelas pessoas quando criança. Queria ser bombeiro, ser astronauta, um cientista ou qualquer coisa do tipo. Até me deparar com a profissão que exerço hoje: PROFESSOR.

O processo de heroificação das pessoas nos nossos tempos modernos acaba sendo o ópio necessário para que avancemos em busca da nossa profissão. Até descobrirmos que são os vilões que ditam as regras e não os mocinhos da história. Contudo, é inimaginável acreditar que as pessoas que receberam uma formação justamente para educar outras pessoas e fazê-las autônomas, seres pensantes, críticos, mantenha uma posição tão obsoleta dessa maneira.

Caiam foram malditas hienas da educação, carniceiros de cérebros putrefatos pela ausência de ar. Cérebros sem nenhuma refrescância.

Quanta hipocrisia guardam dentro de si os que se dizem baluartes da educação, trazendo a tona seus olhares nefastos de bom moço, cidadão perfeito, sabedor de tudo, que está acima do bem e do mal. Enquanto que o segredo consiste em encontrar meios de levando com a barriga aguardando meticulosamente seus salários sorumbáticos no fim da cada mês. Assim, o alívio efêmero que o dinheiro proporciona injeta-lhes uma injeção de hipocrisia anímica e faz com que o “professor” suporte o mês seguinte. 

Caiam fora seus depravadores da sabedoria.

Não se assustem com tanta indignação caros leitores. Não pedi demissão da escola. Pedi demissão do sistema na qual fui diversas vezes tentando a me corromper para que a adaptação ocorresse:

--- O sistema é assim Chico!

--- O sistema é assim Chico!

--- O sistema é assim Chico!

O ser humano é o animal mais adaptável do planeta. Ele se adapta tanto ao que é ruim, quanto ao que é bom e definitivamente o nosso sistema educacional só oferece merda mesmo, inclusive seus feitores.

Não estou disposto a me engessar na argamassa fétida que une os tijolos dessa falsa educação brasileira, a moda da casa!

Eu quero mais, eu quero mais gente, mais ser humano, eu quero mais sabedoria.

Quem disse que instrução é sinônimo de educação?

BALELA DAS GRANDES!

Não se corrompam alunos ao sistema, seja o grito de resistência e gritem alto. Procurem o lugar certo para adquirir conhecimento e podem ter certeza de uma coisa: A ESCOLA DE HOJE NÃO É ESTE LUGAR!

Em pouco menos de um mês fui hostilizado de diversas maneiras: cerceado no método de ensino, no meu material de ensino, no tipo de alunos que ensino (que são chamados de clientela – Pois é! Consumidores de que mesmo?), mentiras, calunias, xingamentos, olhares tortos, bocas torcidas, indiferença e acima de tudo IGNORÂNCIA, principalmente pelos meus próprios colegas de trabalho.

Que vergonha tenho de ter me submetido a isso!

Obrigado ao sábio aluno que me ameaçou, ele foi apenas o estopim. Ele me acendeu o sinal de alerta para outras coisas importantes que já havia esquecido nesses poucos dias, talvez por conta da entorpecencia do sistema: COMO SÃO IMPORTANTES AS MINHAS HORINHAS DE SONO PELA MANHÃ!

 

Chico Carneiro

29/08/2013

10:31 hs...

 

 

 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

CHÁ DAS CINCO COM COGUMELOS


CHÁ DAS CINCO COM COGUMELOS
 
Pratimba e Queroba viviam no sertão sozinho. Eram irmãos e haviam perdido os pais ainda muito novinhos.
 
 
 
Pratimba era o irmão mais velho.
 
 
Era sagaz, imperativo, mandava em tudo, mas tinha um coração mole, ainda mais quando tomava seu chá das cinco. Aliás, um rito quase que sagrado que havia adquirido dos avós paternos que eram ingleses.
 
Os avós vieram parar aqui no sertão por engano, pois embargaram para um safári em direção da África, então os ventos fortes do atlântico empurram o barco a vela em direção ao Brasil. Acharam o sol daqui lindo e votivo como as velas de natal e decidiram ficar por aqui mesmo.
Já Queroba, o mais novo, era malino, menino ruim, mas doce como mel de jandiá.
 
 
 
Trazia o instinto curioso do avô, mas a loucura da avó era mais latente em sua personalidade.
 


Adorava experimentar tudo.


 
Comia flores, raízes, tubérculos e toda espécie de flora
 
 
para saber o efeito que causaria no seu corpo. 
 
 
Pratimba lavava roupas para sustentar a casa,
 

 
enquanto Queroba vagabundava pelas matas da caatinga atrás de lombras gordas.
 
 
A única tarefa que ele desempenhava na casa era de fazer o famoso chá de Pratimba,
 
 
 
 já que ele gostava tanto de ervas, ficou com ele a tarefa de encontrar a melhor efusão


para agradar seu irmão lavador de roupas.
 

 
Numa tarde calorenta e preguiçosa, Pratimba com seu mau humor grita:
 
--- Queroba, filho das grandes viagens,
 




cadê meu chá.
 
 
 Estou cansado de tanto lavar roupas e quero um chá! Um chá bom, bem docinho e que me deixe relaxado.

 
--- Já vai Pratimba...

 
 



O menino apressou-se em procurar ervas no monturo de seu casebre para fazer a alquimia relaxante.

 
--- Hum! Deixe-me ver... Eca!
 
 
--- O que foi irmão lavador de roupas?


 
--- O chá está sem doce. Disse que queria ele docinho!


 
 
--- Mas ele está docinho. Tome mais, o açúcar está no fundo do bule.
 
--- Não quero mais! Sai daqui seu peste! Bexiga lixa, bexiga taboca, estupor sabugo, gota serena, espírito de alicate, besta fera!

 
--- Calma, veja o que eu achei. Um doce bem docinho!

 
--- Pois coloque no meu chá agora!

 
 Ambos experimentaram do doce chá de frieiras azuis que Queroba havia encontrado no batente da porta da cozinha
 



Beberam todo o chá.
 
Primeiro Pratimba se torna um guerreiro africano e decide cantas pontos de macumba invocando todos os caboclos da aldeia com o intuito de trazer de volta os seus pais.
 
 



Já Queroba, fica nervoso e se ver aprisionado num portal onde toda a dor do universo pertencia a ele. Somente a ele.




Queroba fala dessas dores para Pratimba e os dois decidem se jogar num abismo imaginado por eles.


 
Eles caem por um longo período de tempo...
Primeiro Queroba acorda e pensa está morto. Bate na cara do irmão e pede para os caboclos invocados pelo irmão que o acorde.
 
 
Ele olha nos olhos do irmão e diz que nunca mais irá lavar roupas. Apenas irá tomar chá e viajar como seus avós um dia fizeram
 
 
Pratimba sedento de novas viagens, toma o resto do chá do bule e levar seu querido irmão para fazer atividade que ele mais gostava. Sair comendo mato para ver a lombra que iria causa.
Assim, foram felizes para sempre tomando sempre o chá pontualmente as cinco horas em algum portal do tempo.
Fim
 
 
 
 
 
 
 

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