CHÁ DAS CINCO COM
COGUMELOS
Pratimba e Queroba viviam no sertão sozinho. Eram irmãos e haviam
perdido os pais ainda muito novinhos.
Pratimba era o irmão mais velho.
Era sagaz, imperativo,
mandava em tudo, mas tinha um coração mole, ainda mais quando tomava seu chá
das cinco. Aliás, um rito quase que sagrado que havia adquirido dos avós
paternos que eram ingleses.
Os avós vieram parar aqui no
sertão por engano, pois embargaram para um safári em direção da África, então
os ventos fortes do atlântico empurram o barco a vela em direção ao Brasil.
Acharam o sol daqui lindo e votivo como as velas de natal e decidiram ficar por
aqui mesmo.
Já Queroba, o mais novo, era malino, menino ruim, mas doce como mel de
jandiá.
Adorava experimentar tudo.
Comia flores, raízes, tubérculos e toda espécie de flora
para saber o efeito que
causaria no seu corpo.
Pratimba lavava roupas para sustentar a casa,
A única tarefa que ele
desempenhava na casa era de fazer o famoso chá de Pratimba,
já que ele gostava
tanto de ervas, ficou com ele a tarefa de encontrar a melhor efusão
para agradar seu irmão lavador de roupas.
Numa tarde calorenta e
preguiçosa, Pratimba com seu mau humor grita:
--- Queroba, filho das
grandes viagens,
cadê meu chá.
Estou cansado de tanto lavar roupas e quero um chá! Um chá bom, bem docinho e que me deixe relaxado.
--- Já vai Pratimba...
O menino apressou-se em
procurar ervas no monturo de seu casebre para fazer a alquimia relaxante.
--- Hum! Deixe-me ver... Eca!
--- O que foi irmão lavador
de roupas?
--- O chá está sem doce.
Disse que queria ele docinho!
--- Mas ele está docinho.
Tome mais, o açúcar está no fundo do bule.
--- Não quero mais! Sai
daqui seu peste! Bexiga lixa, bexiga taboca, estupor sabugo, gota serena, espírito
de alicate, besta fera!
--- Calma, veja o que eu
achei. Um doce bem docinho!
--- Pois coloque no meu chá
agora!
Ambos experimentaram do doce chá de frieiras azuis que Queroba havia
encontrado no batente da porta da cozinha
Beberam todo o chá.
Primeiro Pratimba se torna
um guerreiro africano e decide cantas pontos de macumba invocando todos os
caboclos da aldeia com o intuito de trazer de volta os seus pais.
Já Queroba, fica nervoso e
se ver aprisionado num portal onde toda a dor do universo pertencia a ele.
Somente a ele.
Queroba fala dessas dores
para Pratimba e os dois decidem se jogar num abismo imaginado por eles.
Eles caem por um longo
período de tempo...
Primeiro Queroba acorda e
pensa está morto. Bate na cara do irmão e pede para os caboclos invocados pelo
irmão que o acorde.
Ele olha nos olhos do irmão e diz que nunca mais irá lavar roupas.
Apenas irá tomar chá e viajar como seus avós um dia fizeram
Pratimba sedento de novas
viagens, toma o resto do chá do bule e levar seu querido irmão para fazer
atividade que ele mais gostava. Sair comendo mato para ver a lombra que iria
causa.
Assim, foram felizes para
sempre tomando sempre o chá pontualmente as cinco horas em algum portal do
tempo.
Fim
Fotos muito show.
ResponderExcluirObg querido! Confira tbm nosso coletivo: coletivochadascincos.blogspot.com.br
ExcluirExcelente Trabalho (: Parabéns meeesmo.
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