ENQUANTO
HOUVER...
Enquanto
houver língua eu falarei
Enquanto
houver garganta eu bradarei
Enquanto
houver estradas, tortuosas, tortas, espinhadas eu as caminharei.
Enquanto
houver quem me leia, eu escreverei.
Poderei
eu não está, fisicamente, perto de vós,
Mas
a perturbarei com minha poesia, com minha arte, com minha alma.
Enquanto
houver missão, eu a cumprirei.
Fielmente,
sempre...
Enquanto
houver discurso eu o pronunciarei.
Enquanto
meu coração bater, irei continuar assim:
Inquieto,
altivo na alma, no pensamento.
Sem
pretensões a revolução, pois acho uma merda.
Minhas
pretensões são outras.
A
evolução me cativa, me ilumina os olhos
E
farei que seu fogo queime a todos através dos meus versos,
Das
minhas pinceladas vivas e multicoloridas.
Farei
delas a extensão do meu corpo e da minha alma
E
incomodarei a todos que vivem no sono da ignorância.
Sem
pretensões de ser o salvador,
Prefiro
ser o que tenta, que instiga, que mete o dedo na ferida.
Enquanto
houver armadilhas eu irei desfazê-las.
Enquanto
houver opressão por ser apenas eu,
Manterei
erguida a minha espada.
Enquanto
mil me denunciam, mais mil poemas eu irei escrever,
Mil
telas eu irei pintar, mais mil incomodarei.
Assim, enquanto houver pastores de ovelhas tosadas
pelo sistema
Eu
as cobrirei com o manto da liberdade das palavras.
Assim,
permanecerei vivo e latente...
Incendiarei
a todos com o fogo vivo,
O
fogo do espírito libertador.
Aos
demais aviso-lhes:
Castram-me,
mais e mais.
Acertem-me
com a foice da moral
E
aprendam que o joio sempre existira no meio do trigo.
Só
peço que saibam cortar bem a erva daninha
Do
grão que irá servi de pão.
Caso
contrário, irei me alastrar,
Penetrarei
nas frestas de sua porta,
De
suas janelas, de seus lares e das suas cabeças.
Serei
a mosca que posa na sua sopa
E
farei do ocorrido mais um motivo para próxima poesia.
Por
isso, enquanto houver poesia, estarei eu, cá deste lado
Escrevendo
a derrubada dos seus muros de Berlim!
Conheça
a verdade e ela vos libertará.
Viva
a liberdade.
Chico
Carneiro
29/08/2013
23:45
hs
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