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sábado, 13 de abril de 2013

MINHA DOR, MINHA VIDA


MINHA DOR, MINHA VIDA

Pela manhã abro os olhos
E abre ao mesmo tempo a dor
A tempestade da minha alma
E esse tempo ruim que não acaba mais me sufoca.
Consome-me e o caos se instala.
A solidão, que é rosa murcha de cheiro forte,
Perfuma minh’alma e marca-a ebriamente.
Essa dor no peito,
Que não passa.
E essa solidão que não passa,
E essa vontade de gritar
De chorar.
Essa dor existe forte dentro de mim
E as vezes penso que só existo
Porque ela ainda permanece em mim
Por isso, só hoje quero lembrar de mim, assim,
Desse jeito que poucos conseguem ver.
Queria ser como todo mundo
Ir para o trabalho
Voltar pra casa
E descansar meu dia de labuta.
Mas nem sei muito bem porque sou assim.
Sei que uma alma decadentista se apossou de mim...
Por isso, beberei desse sangue imundo hoje,
E derramarei sobre meu peito e meus quadris
Toda solidão que vive aqui, dentro de mim.
Encherei minha mão de prazer e gozo...
Éter e alucinação...
Velha escuridão que conheço bem
Pois venha escuridão.
Esbofeteia a minha face.
Grite nos meus ouvidos
Fite meus olhos e faça
Da tua melodia meu ranger de dentes.
Venha! Sua merda!
Venha! E não sinta pena de mim.
Nem mesmo eu tenho pena de mim mesmo.
Grite.
Alto.
Apossa-se de mim e me deixa caído ao chão
Junto aos vermes
A lama
Aos excrementos
Ao mijo.
Cuspa na minha cara e me humilhe sadicamente.
Já não tenho mais necessidade de humanidade nenhuma.
Sou agora apenas dor.

Wellington Carneiro.
13/04/2013
12:51 hs

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