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quinta-feira, 18 de abril de 2013

UMA POESIA QUE SE DIRÁ PORNOGRÁFICA


UMA POESIA QUE SE DIRÁ PORNOGRÁFICA


O amor, a paixão, o romance, a lua, as flores, o coração
São todos esperados numa poesia por aqueles que entendem poesia
Como melosidade, como romance, como um sentimento profundo...
Não que a poesia não seja isso também,
Mas prefiro outro lado, um lado mais humano.
Gosto de versar sobre paus, bucetas, cus, corpos, suor, pentelhos,
Músculos, merda, gala, gritos, gemidos, espasmos, ranger de dentes,
Embriagues, sobriedade, devaneio, loucura, insanidade, coisas pútridas, decapitadas,
Em decomposição, cadáveres, sexo, drogas e rock’n roll.
Gosto de versar a humanidade escancarada,
Sem moral, sem religião, sem conceitos...
Apenas humanidade.
No entanto, por que me questionas?
Queres saber qual a minha poesia?  
Em que te preocupas as lascívias dos meus versos?
Todos somos paus, bucetas e cus.
Um querendo comer ao outro.
Sempre será assim, até o dia da extinção humana.
Todos nós vivemos como insetos em torno da luz forte que é o sexo.
Não sou pornográfico, sou humano e não temo a minha humanidade.
Se me categoriza como tal,
O que posso fazer a não ser agradecer por mais um predicado.
Sou libertinus
E vivo o meu corpo
Os meus medos,
Os meus desejos,
As minhas taras...
Só passarei por este torrão de terra apenas uma vez.
Não vou cair na besteira de esperar a gozada suprema do paraíso.
Gozo aqui mesmo.
E se ei de pensar num paraíso, prefiro pensar num inferno,
Me atrai o calor das labaredas infernais.
Quentes, borbulhantes como uma banheira de sais me esperando pelo coito
com alguns espectros malignos.
Não me sinto promiscuo,
Pois estas leis que me categorizam com tal, não pertencem a mim.
Vós que lerdes este tipo de poema e pratica tais atos maravilhosos é que são.
Eu sou apenas humano.
Minha lei é outra,
Minha lei é a vida.
Minha lei é a palavra socada de garganta a dentro como um pau engolfado de saliva
Por uma boca quente e macia.
Deixo sempre a palavra penetrar em mim, em movimentos constantes
Friccionais...
Até o gozo.
No final, defeco em cima de tudo isso
E coprofagicamento
Engulo toda essa merda de volto como lei
Uma lei a ser seguida
E sempre que quero relembrar minha humanidade
Leio essa porra de poema...

Wellington Carneiro 18/04/2013
11:21 hs...

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