Passa
por mim como flecha certeira
Que
zuni no meu ouvido e me tonteia
E
como um sacerdote de outros tempos
Vens
e discursas rotas palavras
Quem
nem a ti mesmo serve.
Vais
e passa por mim
E
não faças morada em meu coração.
Minhas
palavras não são frouxas, assim como o que sinto não se esmaece.
Corres
longe de mim
Porque
tu não tens morada aqui.
Recebas
teu baú com seu quinhão
Que
guarda as tuas máscaras
De
adornos de ouro e prata
E
que cobre tua lama
Que
as estradas que vós
Percorrestes
deixaram.
Cobre
com tua bandeira gentil
Os
fracos que não suportam o poder da palavra.
Porque
eu as suporto e as proclamo
Alta
e retumbante.
Nina
em teus braços e ensinas a falar novamente
Pois
não sabes mais o que dizem
Cantas
teus hinos gloriosos
E
aplica-lhes em suas veias a verdade incontestável
Do
que foi dito,
Do
que é dito
E do
que ainda será dito.
Vai
pátria multicor
Que
brada sua natureza;
Sua
gente brava
E
sua leveza.
Não
vês que és grave
O
tom desta peleja?
É
grave, pois a palavra pesa
Mais
que tua flamejante bandeira
E
tuas vis convicções.
Ordeno-te,
oh! Fingidor de carapuça envergonhadamente dura
Enverga-se
ao discurso
Ou
ele te denunciará.
Tudo
é voz, é palavra
E
para estas, não sobram falsidades.
Corre
nos teu campos verdejantes
E
nas tuas matas virgens,
Pois
há muito que se descobrir.
E
abre tua boca
E
balbucias sílabas boas.
E
como um ritual sagrado
Expõe
a tua língua
Instrumento
de tua voz
E
unge com saliva
A
tua testa e tua alma.
E
nesta profunda imersão
Rasga
o peito fora
E
grita tuas palavras sem medo
Porque
elas são você
Fale!
Grite!
Assim,
serás eterno no universo
Pois
não há como engoli-las
Apenas
regurgitá-las.
04/12/2012 12:41
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