Algumas imagens...

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fotos pessoais, pinturas, obras de arte no geral

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Senhor do mundo




Passa por mim como flecha certeira
Que zuni no meu ouvido e me tonteia
E como um sacerdote de outros tempos
Vens e discursas rotas palavras
Quem nem a ti mesmo serve.

Vais e passa por mim
E não faças morada em meu coração.
Minhas palavras não são frouxas, assim como o que sinto não se esmaece.

Corres longe de mim
Porque tu não tens morada aqui.

Recebas teu baú com seu quinhão
Que guarda as tuas máscaras
De adornos de ouro e prata
E que cobre tua lama
Que as estradas que vós
Percorrestes deixaram.

Cobre com tua bandeira gentil
Os fracos que não suportam o poder da palavra.
Porque eu as suporto e as proclamo
Alta e retumbante.

Nina em teus braços e ensinas a falar novamente
Pois não sabes mais o que dizem
Cantas teus hinos gloriosos
E aplica-lhes em suas veias a verdade incontestável
Do que foi dito,
Do que é dito
E do que ainda será dito.

Vai pátria multicor
Que brada sua natureza;
Sua gente brava
E sua leveza.
Não vês que és grave
O tom desta peleja?

É grave, pois a palavra pesa
Mais que tua flamejante bandeira
E tuas vis convicções.

Ordeno-te, oh! Fingidor de carapuça envergonhadamente dura
Enverga-se ao discurso
Ou ele te denunciará.
Tudo é voz, é palavra
E para estas, não sobram falsidades.

Corre nos teu campos verdejantes
E nas tuas matas virgens,
Pois há muito que se descobrir.
E abre tua boca
E balbucias sílabas boas.

E como um ritual sagrado
Expõe a tua língua
Instrumento de tua voz
E unge com saliva
A tua testa e tua alma.

E nesta profunda imersão
Rasga o peito fora
E grita tuas palavras sem medo
Porque elas são você
Fale!
Grite!
Assim, serás eterno no universo
Pois não há como engoli-las
Apenas regurgitá-las.

04/12/2012  12:41

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